4 MÃOS | 4 HANDS

fim de semana passado a 4 MÃOS com o pianista Filipe Raposo e o apoio à encenação de Paula Delecave no festival Big Bang, Centro Cultural de Belém (Lisboa)

last weekend performing 4 HANDS with pianist Filipe Raposo and coaching by Paula Delecave at Big Bang Festival, CCB (Lisbon)

concerto

live digital drawing@Expresso 40 years concert

Antonio Jorge Goncalves (live digital drawing) performs at Expresso’s (newspaper) 40 years concert, with the Metropolitan Lisbon Orchestra (directed by Cesario Costa). Orchestra musical scores by Mario Laginha for 12 portuguese tunes, sung by Pedro Caldeira Cabral, Carlos do Carmo, Sergio Godinho, Paulo de Carvalho, Rui Pregal da Cunha,Tim, Camane, Jorge Palma, Carminho and Boss AC.

António Jorge Gonçalves (desenho digital ao vivo) actua no concerto dos 40 anos do jornal Expresso, com a Orquestra Metropolitana de Lisboa (dirigida por Cesário Costa). Arranjos musicais de Mário Laginha para 12 canções portuguesas interpretadas por Pedro Caldeira Cabral, Carlos do Carmo, Sérgio Godinho, Paulo de Carvalho, Rui Pregal da Cunha,Tim, Camané, Jorge Palma, Carminho e Boss AC.

live digital drawing@Expresso 40 years concert from António Jorge Gonçalves on Vimeo.

concerto Expresso 40 anos

Fui feliz outra vez no palco do grande auditório do CCB. Obrigado Expresso; obrigado Cesário Costa e Orquestra Metropolitana de Lisboa; obrigado Mário Laginha; obrigado Pedro Caldeira Cabral, Carlos do Carmo, Sérgio Godinho, Paulo de Carvalho, Rui Pregal da Cunha,Tim, Camané, Jorge Palma, Carminho e Boss AC.

making of ANTÍGONO

a versão curta do documentário realizado sobre a ópera ANTÍGONO, um dos projectos mais empolgantes em que participei.

making of

montagem e ensaios para a performance desta noite.

setup and rehearsing for tonight’s performance.

agora que a festa acabou (por agora)

as duas récitas da ópera ANTÍGONO foram momentos de muita intensidade com o coração a correr depressa, a garganta apertada de emoções, e a contemplação do sublime. agora que tudo se desvanece, examino as marcas que me ficaram no corpo:

//é nestes breves momentos de excepção que percebo porque é que temos o melhor trabalho do mundo (ser artistas): todas as frustrações da vida corrente, as lutas, as angústias, os egos embrulhados se desatam para dar lugar à paixão em estado concentrado.

//são grandes as coisas que podemos fazer quando somos muitos: talentosos, rigorosos, apaixonados e solidários.

//precisamos de beleza, do sublime: no meio dos nossos dias tão herdeiros de niilismo e destruição (no que à arte diz respeito) é inspirador olhar para a música barroca e deixar-me arrebatar pela construção do prazer, da inteligência e da emoção.

//no meio da desinspiração geral que reina, ateada pelo espírito merceeiro da nossa imprensa, é muito bom poder vislumbrar as MUITAS pessoas que neste país querem, podem e fazem coisas muito bem feitas.

agora, volto à minha vida normal (com um sorriso nos lábios)

já nem faltam 2 dias para estrear

é hoje o ensaio geral, à hora do espectáculo. ontem o pré-geral demorou uma tarde inteira.

sinto que deixámos o casulo: há uma efeversccência em que toda a gente se empenha para melhorar os detalhes. somos todos peças de uma máquina grande e sabemos onde cada um deve estar e quando.

combato uma gripe, a energia em baixo, há uma pequena nuvem sobre a minha cabeça. talvez seja só parte do trabalho de parto.

faltam 3 dias para estrear

ensaio corrido do 3º acto: estamos prontos para os gerais.

desejaria esticar para o dobro (pelo menos) este tempo que passo no meio do fosso da orquestra rodeado de naipes de cordas, sopros, a sentir (literalmente) o vento causado pelos movimentos do maestro sobre a minha cabeça, e a estremecer com os pulos que dá em cima do estrado.

mais perto da música? só se enfiar a cabeça dentro de uma tuba, ou assim.

há uma sensação geral de finalização, de estarmos a chegar ao destino da nossa viagem. como dizem os ingleses: “looking forward to…”

faltam 10 dias para estrear

até onde devo planear os meus desenhos nesta ópera? a tentação de ter tudo ensaiado é grande, porque oferece segurança numa performance tão rigorosa como a partitura.

mas aprendi durante os ensaios que a música barroca é das menos “escritas” ou seja, deixando muito para o intérprete improvisar ou “interpretar”. não é isso que eu devo fazer também?

faltam 12 dias para estrear

primeiro ensaio corrido de todos os recitativos para cantores, baixo contínuo e maquete. soube bem poder sentir o fluxo narrativo da ópera, com o Carlos a controlar as movimentações de entrada e saída de personagens. deu também para peceber os locais onde o meu trabalho está mais frágil e a precisar de mais ideias.

a equipe está em alta.

faltam 13 dias para estrear

finalmente mãos na massa. à euforia das descobertas de coisas sucede-se a frustração de não encontrar criatividade noutras. é a montanha russa criativa!

a tensão aumenta (o tempo está a ficar curto). “elegance under pressure” precisa-se:  repito de mim para mim.

faltam 15 dias para estrear

um dia confuso, cheio de variadas solicitações impedem-me de me concentrar no trabalho: uma conferência de imprensa de manhã, a montagem de uma pequena exposição e  apresentação de livro à tarde.

é desesperante como as solicitações da imprensa vêm justamente na altura em que mais nos temos de concentrar no trabalho em cena.